St. Paul’s School Conference debate a Inteligência Artificial

“As máquinas terão cada vez mais um desempenho inteligente”

O St. Paul’s School organizou mais uma conferência do seu ciclo St. Paul´s Conferences, agora subjacente ao tema da Inteligência Artificial (IA).

Contou com cerca de seis dezenas de pessoas, entre alunos e famílias, staff, e pessoas da comunidade.

Estas conferências são abertas à população, no sentido de permitir alargar a participação, abordagens e espírito crítico.   

A conferência contou com o especialista Manuel Guimarães, Engenheiro e Doutorado em Inteligência Artificial, que se encontra a viver e a trabalhar em Lisboa.

Manuel Guimarães, na sua prática profissional, é experiente em criar personagens virtuais inteligentes e emocionais, e, neste sentido, iniciou a conferência dando exemplos de personagens que, no passado, representavam a personificação da existência de Inteligência Artificial, demonstrando que algumas já tinham sido ultrapassadas pelo desenvolvimento tecnológico, outras ainda uma miragem nas perspetivas da evolução.

Atualmente, trabalha para uma empresa onde explora a vanguarda de aplicações de Inteligência Artificial a videojogos. Pelo seu conhecimento académico e experiência profissional, defende que “o desenvolvimento das tecnologias permitiu que as máquinas superassem o pensamento abstrato”. O uso da lógica e raciocínio foi complementado ao longo dos anos com o avolumar do data na Internet, e tendo em conta a criação de máquinas com maior capacidade de acumular dados.

Manuel Guimarães referiu, também, que existem estudiosos que defendem que, no futuro, a ciência poderá vir a criar uma máquina que replique um cérebro. Muito embora, enquanto investigador, considere pouco provável, e claramente longe de poder ser uma realidade, uma vez que o conhecimento, ao nível do funcionamento cerebral, não permite poder replicá-lo em todas as suas competências.

A IA encontra-se hoje aplicada em todas as áreas científicas, tendo o orador dado conhecimento de alguns projetos nacionais e de equipas em Coimbra que aplicam o uso da IA à investigação na área da neurociência, envelhecimento ativo, farmacêutica, entre outras.

Nem tudo são rosas”, refere o orador, “qualquer conteúdo que esteja na Internet é usado pela IA, sem filtro ou respeito pelo autor”, o que levanta questões de rigor nos conteúdos ou ética relativamente à divulgação.

Só agora “começa a surgir legislação que regule o uso da Internet, e em especial a IA”, porque há uma tomada de consciência do investimento e gasto de energia que esta tecnologia acarreta.

No mesmo dia, e durante a tarde, o especialista fez uma sessão com os alunos do St. Paul’s School, sobre o mesmo tema, mas com uma linguagem e abordagem adequada à faixa etária e preocupações deste público-alvo.