St. Paul’s Conference com Miguel Gonçalves, reputado astrónomo e comunicador da ciência da RTP

O Cosmos e a exploração espacial foi determinante para o que somos e temos hoje.

O St. Paul’s School foi palco de uma conferência alusiva ao tema “Era uma vez o Espaço: em nós, presente e futuro”, com o comunicador da ciência Miguel Gonçalves.

O convidado almoçou e visitou o St. Paul´s School, e, durante a tarde, foi orador de uma conferência dirigida apenas aos alunos, sob o tema “Histórias Cósmicas”.

Miguel Gonçalves apresentou-se como “contador de histórias”, começando por demonstrar a relatividade do humano em relação á imensidão do Cosmos.

Vistos de Marte “somos um pontozinho insignificante” num Cosmos onde “provavelmente existem o dobro de estrelas em relação ao numero de grãos de areia nas praias de todo o mundo”.

Nós somos uma invenção muito recente no Cosmos, e os humanos, pela sua condição “finita” e predisposição “trágica”, tem uma necessidade imensa de conhecer o Cosmos e perceber a “expansão do Universo, no seu tempo e finitude”.

Conhecemos uma infama parcela do Cosmos, sabendo, no entanto, que “nós somos Cosmos” e que do que conhecemos, “27% é matéria escura, 68% é energia escura e 5% são outras matérias”, não nos revelando muito, na medida em que a grande maioria é desconhecida na sua natureza e dinâmica de expansão.

É neste desconhecimento que surge a necessidade da astronomia e a exploração espacial. Importante para “satisfazer a necessidade inata de explorar, porque o Espaço é inspirador e porque necessitamos de alternativas no que toca à matéria prima”.

“Não é caro explorar no espaço, tendo em conta o retorno”, pois é uma questão, também, de sobrevivência. A possibilidade do Cosmos poder afetar o nosso planeta, e de por em perigo a nossa própria existência, é eminente. Reforça o orador, que, “5% asteroides, com 1 km de diâmetros, são desconhecidos, e capazes de destrui um hemisfério”.

“O Cosmos, e a exploração espacial, foi determinante para o que somos e temos hoje. Somos herdeiros de Apollo.”

Sem a exploração espacial não teríamos a microtecnologia dos telemóveis, o wi-fi, os kispos com base na tecnologia dos fatos espaciais, os travões de carros concebido com base no sistema de travagem das naves espaciais, os óculos sol lentes polarizados com base nos capacetes dos astronautas, etc.

Mas esta mesma exploração tem os seus perigos, que derivam, em muito, da falta de regulamentação. Estamos a entrar numa era das estações espaciais comerciais, desafiante, mas de consciência ambiental preocupante. Se por um lado, se perspetivam indústrias, hotéis e um turismo espacial regular; por outro, o número crescente de satélites é preocupante porque sobrepovoam a esfera celeste correndo o risco de alterarem os hábitos de várias espécies, destruindo também um Património Imaterial da Humanidade.

O premiado reputado comentador de ciência da televisão pública encerrou, assim, a Science Week.

Esta semana muito rica em iniciativas, desde a Creche até ao Secundário, e envolveu toda a comunidade educativa. O St. Paul´s School recebeu as equipas do Placo da Ciência, organizou uma visita de estudo e recebeu um comunicador de ciência, para além das atividades laboratoriais, desafios de matemática e demais atividades científicas desenvolvidas pelo Departamento de Ciência.